Achei este post super interessante e importante, estou copiando do blog de Clau e Zé (www.quebecoisa.com).
Obrigado Clau e Zé pela pesquisa...
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Quem tá considerando a idéia de voltar pra escola quando chegar aqui vai ter como maior problema o excesso de opções. Tem curso de tudo que se possa imaginar.
Aqui está um quadro do sistema educacional no Québec. Vou dar uma pincelada no que rola, mais ou menos, depois do estudo secundário.
Depois do segundo grau, a moçada aqui vai ou pro Cégep (Collège d'enseignement général et professionnel) ou pra universidade. Ou pros dois. Até o cégep, o ensino é gratuito. Na universidade é preciso pagar.
O ensino universitário é fácil de entender: primeiro ciclo é o bacharelado, segundo ciclo é o mestrado; e terceiro ciclo é o doutorado. As universidades também oferecem uns cursos que chamam de certificat, mineure e majeure. Ainda não descobri o que são exatamente.
Nos cégeps, a coisa fica mais enrolada. Mas, por sorte, na francisação do Zé, uma senhora que é conselheira pedagógica da Université de Montréal foi explicar direitinho a coisa. Vamos aos principais diplomas que são possíveis de se obter nessas instituições:
· DEC (diplôme d’études collégiales) de formation générale (pré-universitaire) – curso tem duração de dois anos e dá acesso aos estudos universitários de primeiro ciclo;
· DEC de formation professionnelle – curso mais técnico, dura três anos e dá acesso direto ao mercado de trabalho ou, se o estudante desejar, ao primeiro ciclo universitário.
Para verificar as datas de inscrição nesses cursos, que acontecem em até três etapas (ou três ciclos, como preferem dizer aqui), é preciso visitar o site do SRAM (Service Régional d'Admission du Montréal Métropolitain).
Para adultos, a formation continue
Existem formações especialmente desenhadas para adultos, ou seja, um público que já estudou antes, já tem o DEC générale ou equivalente, mas quer voltar pra escola. E é aqui que imigrante fica doido. São uns cursos de dar água na boca, que são oferecidos ou pelos Cégeps (o que, nesse caso, não significa mais gratuidade) ou então por instituições privadas.
O carro-chefe da formação adulta é o AEC (attestation d’études collegiales), que tem duração variável (dependendo dele ser oferecido em tempo parcial ou tempo completo) e oferece uma grade bem específica mesmo, totalmente voltada para o mercado de trabalho.
Outra opção interessante na formação contínua é o DEC intensif, que é como o primeiro DEC, só que com uma grade mais objetiva e que leva em torno de 16 meses para ser completo.
Uma outra história: o DEP (Diplôme d’Études Professionnelles)
Com o DEP, você pode se tornar plombier (encanador) e ganhar muita grana. Também dá pra se tornar cabeleireiro, esteticista, técnico de usina, assistente de dentista, mecânico de automóveis, etc., etc. e também ficar numa boa. Uma lista completa com todos os cursos (não são gratuitos, mas são geralmente bem em conta, e oferecidos em período noturno, daí dá pra trabalhar enquanto estuda), você encontra no site da Commission Scolaire de Montréal.
Onde encontrar os cursos e como pagar (ou não)
Muito cégeps oferecem cursos inteiramente financiados pelo Emplois-Québec, como esse exemplo aqui. Se você se interessou por uma formação dessas, terá de ir obter a benção de um conselheiro em emprego. Como contei em post anterior, isso pode ser uma aventura das mais desagradáveis.
Os cursos pagos e sem Emplois-Québec pra dar aquela ajuda, podem ser financiados pelo programa de Prêt & Bourse do Québec, seja DEP, AEC, DEC, ou estudo universitário de qualquer ciclo. Inclusive, no final do formulário de solicitação do P&B, consta uma lista (quase) completa de todas as instituições e programas de estudos devidamente credenciados junto ao Ministério da Educação. Acesse aqui o documento e vá até a página 29 do pdf.
Quem se interessar por cursos oferecidos por instituições privadas (exceto universidades) deve verificar qual o tipo de ajuda que pode receber. Explicando: prêt é empréstimo, e deve ser pago depois de terminados os estudos; bourse é presentinho do governo, pra ajudar a sobreviver, e não precisa ser pago depois. O que acontece é que, estudando em escolas privadas subsidiadas, dá pra pegar prêt e bourse; nas outras, só o prêt e olhe lá. Por incrível que pareça, a melhor lista diferenciando os dois tipos que consegui encontrar está na Wikipédia.
Outra observação importante: as universidades geralmente têm suas próprias formas de avaliar o histórico escolar do candidato. Para o ensino regular nos Cégeps, também dá pra solicitar a avaliação pela equipe do SRAM. Nesses dois casos, só a tradução juramentada dos diplomas e históricos já resolve (apesar de que é preciso para por cada uma dessas avaliações separadamente). Já para os cursos de formação contínua, normalmente é solicitado que seja apresentada a avaliação comparativa de estudos que, não custa lembrar, demora um tempão para ficar pronta.
Inicia-te na cabala da educação
A impressão que tenho aqui é que a cada lugar aonde vou há mais e mais informações praticamente secretas. Então, primeira lição da mestre Claudia: não acredite em nada do que escrevi aqui, pois está ou potencialmente errado ou cheio de lacunas.
Se, como eu, você não é iniciado, siga o conselho de um amigo nosso e pegue sempre a mesma informação pelo menos três vezes. Elas sempre vão variar (se não se opuserem), e daí faça a média e tire suas próprias conclusões.
Pense no que pode dar errado e pergunte. Exemplo: tava me informando sobre o meu prêt & bourse que fora recentemente liberado e, do nada, me veio a idéia de perguntar se podia ser conta conjunta pra receber a grana do governo. Óbvio que não pode, cara-pálida. Mas isso tava escrito em algum lugar? Não que eu tenha visto...
Outro conselho: quando for pegar informação, leve impresso o que você viu na internet. As chances são grandes do funcionário que te atender, mesmo sendo da mesma instituição, nada saiba da existência do assunto a ser tratado. Principalmente se for do Emplois-Québec.
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